visita de estudo

VISITA DE ESTUDO

A EPC Maria Rivier, organizou uma visita de estudo que tinha como finalidade passar algum conhecimento sobre alguns dados da história do nosso país. A visita estava marcada para o dia 24 de Junho véspera da festa da independência de Moçambique.

Antes de partir, a equipa organizadora preparou alguns apontamentos para iluminar a mente das crianças uma vez que muitas delas nunca tinham estado num museu (texto a seguir: “o que é museu?”).

O QUE É MUSEU?

Historial

Um museu é, na definição do International Council of Museums (ICOM, 2001), “uma instituição permanente, sem fins lucrativos, a serviço da sociedade e do seu desenvolvimento, aberta ao público e que adquire, conserva, investiga, difunde e expõe os testemunhos materiais do homem e de seu entorno, para educação e deleite da sociedade”.

Os museus tiveram origem no hábito humano do coleccionismo, que nasceu junto com a própria humanidade. Desde a Antiguidade remota o homem, por infinitas razões, colecciona objectos e lhes atribui valor, seja afectivo, cultural ou simplesmente material, o que justifica a necessidade de sua preservação ao longo do tempo. Milhares de anos atrás já se faziam registos sobre instituições vagamente semelhantes ao museu moderno funcionando.

Entretanto, somente no século XVII se consolidou o museu mais ou menos como actualmente o conhecemos. Depois de outras mudanças e aperfeiçoamentos, hoje os museus, que já abarcam um vasto espectro de campos de interesse, se dirigem para uma crescente profissionalização e qualificação de suas actividades, e se caracterizam pela multiplicidade de tarefas e capacidades que lhes atribuem os museólogos e pensadores, deixando de ser passivos acúmulos de objectos para assumirem um papel importante na interpretação da cultura e na educação do homem, no fortalecimento da cidadania e do respeito à diversidade cultural, e no incremento da qualidade de vida. Porém, muitos dos conceitos fundamentais que norteiam os museus contemporâneos ainda estão em debate e precisam de clarificação.

Apesar da origem clássica da palavra museu – do grego mouseion – a origem dos museus como locais de preservação de objectos com finalidade cultural é muito mais antiga. Desde tempos remotos o homem se dedica a coleccionar objectos, pelos mais diferentes motivos.

No Paleolítico os homens primitivos já reuniam vários tipos de artefactos, como o provam achados em tumbas. Porém, um sentido mais próximo do conceito moderno de museu é encontrado somente no segundo milénio a.C., quando na Mesopotâmia se passou a copiar inscrições mais antigas para a educação dos jovens. Mais adiante, em Ur, os reis Nabucodonosor e Nabonido se dedicaram à colecção de antiguidades, e outra colecção era mantida pelos sacerdotes anexa à escola do templo, e onde cada obra era identificada com uma cartela, semelhante ao sistema expositivo actual.

Na Grécia Antiga o museu era um templo das musas, divindades que presidiam a poesia, a música, a oratória, a história, a tragédia, a comédia, a dança e a astronomia. Esses templos, bem como os de outras divindades, recebiam muitas oferendas em objectos preciosos ou exóticos, que podiam ser exibidos ao público mediante o pagamento de uma pequena taxa. Em Atenas se tornou afamada a colecção de pinturas que era exposta nas escadarias da Acrópole no século V a.C.

Os romanos expunham colecções públicas nos fóruns, jardins públicos, templos, teatros e termas, muitas vezes reunidas como botins de guerra. No oriente, onde o culto à personalidade de reis e heróis era forte, objectos históricos foram colectados com a função de preservação da memória e dos feitos gloriosos desses personagens. Dos museus da Antiguidade, o mais famoso foi o criado em Alexandria por Ptolomeu Sóter em torno do século III a.C., que continha estátuas de filósofos, objectos astronómicos e cirúrgicos e um parque zoo-botânico, embora a instituição fosse primariamente uma academia de filosofia, e mais tarde incorporasse uma enorme colecção de obras escritas, formando-se a célebre Biblioteca de Alexandria.

Definição

A palavra museu designa todo estabelecimento permanente, administrado com interesse geral de conservar, estudar, colocar em valor pelos meios diversos e essencialmente expor para o deleite e educação do público um conjunto de elementos de valor cultural: colecções de objectos artísticos, históricos, científicos e técnicos, jardins botânicos e zoológicos, aquários […]

Segundo Boylan, foi na 9ª Conferência Geral do ICOM, realizada em Grenoble e Paris, em 1971, que se utilizou pela primeira vez o termo “ecomuseu”. Na busca de um maior desempenho dos museus quanto ao seu papel social, a UNESCO organizou um seminário em Santiago do Chile, em 1972, sobre as funções do museu na América Latina contemporânea. Deste seminário originou-se a Declaração de Santiago, considerada hoje como o ponto de partida para o surgimento do MINOM – Movimento Internacional da Nova Museologia.

Na Conferência Geral em Copenhague, em 1974, o ICOM revisou suas políticas tradicionais e instituiu Estatutos e Regulamentos novos, tornando-se uma organização completamente aberta a pessoas e museus: passaram a ser aceitos sem restrição museus e profissionais de museu reconhecidos. Surge nesta mesma conferência uma nova definição de museu: O museu é uma instituição permanente, sem fins lucrativos, a serviço da sociedade e de seu desenvolvimento, aberta ao público, e que realiza pesquisas sobre os testemunhos materiais do homem e de seu meio ambiente, os adquire, conserva, comunica e essencialmente os expõe com fins de estudo, educação e deleite.

A actual definição de museu do ICOM foi aprovada na Assembleia Geral de Viena, em 2007: “museu é uma instituição permanente sem fins lucrativos, a serviço da sociedade e de seu desenvolvimento e aberto ao público, que adquire, conserva, estuda, expõe e transmite o património material e imaterial da humanidade e do seu meio, com fins de estudo, educação e deleite” (ICOM, 2007).

Os acervos de museus especializados são muito diversificados, encontramos colecções de objectos de arte ou da cultura material de um povo, artefactos arqueológicos, de espécimes, de documentos gráficos e iconográficos, etc.

Administração do museu

Dada a complexidade das actividades museológicas, um museu geralmente se divide em vários sectores, atendidos, conforme exige a regulamentação recente, por profissionais plenamente qualificados para as suas funções. O director do museu é antes de tudo, um administrador competente, não é fundamental que ele seja um erudito na área coberta pelo museu, pois em geral ele tem uma equipe de profissionais especializados em diversas tarefas particulares a fim de o assessorar.

O director responde por todo o trabalho da instituição e é o seu principal relações-públicas, e por isso também o maior captador de recursos através de seu relacionamento com os patrocinadores e o maior estabelecedor de intercâmbios culturais entre diferentes instituições. O director é também o responsável final pela elaboração do Plano Director do museu, onde se define e detalha a Missão da instituição, e fiscaliza sua implementação.

Se o museu possuir um Conselho Consultivo ou outra instância consultiva/deliberativa, o director as preside. O director possivelmente terá um corpo de funcionários administrativos próximo a si para distribuir tarefas de gestão de recursos humanos e financeiros e de assessoria jurídica, bem como permanece em contacto constante com seus subordinados directos de cada sector, a fim de orientar os trabalhos diários. O director deve por fim zelar pela perfeita integração e harmonia entre todos os sectores e funcionários.

Tipos de museu

Com essa diversidade o que define o tipo de museu especializado são as suas colecções, sendo assim encontramos:

  • Museus de arte e de história.
  • Museus de antropologia: estão incluídos nessa categoria os museus de arqueologia, etnologia, e etnografia.
  • Museus de ciência e tecnologia
  • Museus interdisciplinares: possuem diferentes tipos de colecções.

Alguns Museus de Moçambique

Museu Nacional de Arte

Museu Nacional de Geologia

Museu de História Natural

Museu Nacional da Moeda

Museu da Revolução

Museu Regional de Inhambane

Nampula Museu Nacional de Etnologia

Museus da Ilha de Moçambique

MUSEU NACIONAL DE ETNOGRAFIA DE NAMPULA

O Museu Nacional de Etnografia de Nampula, é o único museu nacional moçambicano não localizado em Maputo.

Foi inaugurado em 23 de Agosto de 1956 pelo general Craveiro Lopes com o nome de Museu Comandante Eugénio Ferreira de Almeida, num edifício com projecto do arquitecto Mário Oliveira.

O principal impulsionador do museu foi o etnógrafo Soares de Castro, que conseguiu mobilizar os governantes locais para a realização do projecto.

O museu apresenta uma vasta colecção de artefactos e objectos que retratam a vida quotidiana e a cultura do Norte de Moçambique, como armas de caça, redes de pescadores, um pequeno dhow, instrumentos musicais, arte Maconde etc.

Na fase colonial o museu tinha secções, de história, arqueologia, mineralogia, cinegética, numismática, em 1993 foi transformado em museu nacional com uma vocação especialmente etnográfica.

DISPOSIÇÃO ACTUAL

O actual Museu Nacional de Etnologia é resultado da ampliação do anterior Museu Regional inaugurado a 23 de Agosto de 1956, sob responsabilidade da Câmara Municipal da Cidade de Nampula, compreendendo várias secções e sendo a de etnografia a mais importante. Ainda antes da Independência Nacional, o museu passou por um período de dificuldades, mereceu alguma atenção logo nos primeiros anos do novo país mas acabou por encerrar nos anos 80.

Entretanto, resultado de um programa museológico de transformação em Museu Nacional de Etnologia, foi reaberto ao público a 25 de Junho de 1993. Foi oficialmente criado pelo Decreto número 19/96, de 11 de Junho. Como museu nacional exerce funções de coordenação científica e orientação metodológica dentro da sua área de especialidade. As suas colecções têm vindo a ser ampliadas, apesar de grandes dificuldades, visando representar o país na sua área de especialidade: Etnologia/ Etnografia.

O museu tem uma exposição permanente e organiza exposições temporárias. Oferece ainda programas educativos e programas culturais diversos. Possui uma biblioteca especializada e uma loja. No espaço exterior do museu trabalham vários artesãos.

Assim se pode ver

o dia foi muito concorrido, conforme vimos no programa, estavam presentes os convidados, alunos, pais, professores, amigos e colaboradores da escola Maria Rivier, sentimo-nos abençoados com a presença do Dr. Belarmino delegado do Director da Cidade e a Dr. Miséria secretaria particular do director da cidade, e a festa aconteceu… muito obrigada a todos os que nos acompanharam, as nossas crianças sentiram-se acarinhadas, parabéns nossos “amores”! Como seriam os adultos, sem as crianças? Um abraço para todos os meninos…

Mensagem alusiva ao dia 1 de Junho 2016

REPÚBLICA DE MOÇAMBIQUE

GOVERNO DA PROVÍNCIA DE NAMPULA

SERVIÇO DE EDUCAÇÃO, JUVENTUDE E TECNOLOGIA DA CIDADE DE NAMPULA

ESCOLA PRIMÁRIA COMUNITÁRIA MARIA RIVIER

Mensagem alusiva ao dia 1 de Junho 2016, dia internacional da criança

Reverentíssimas Irmãs da Apresentação de Maria, excelentíssimos membros da direcção da escola Maria Rivier, distintos senhores professores, respeitosos membros do corpo educativo não docente, caros convidados, queridos pais, prezados colegas e amigos da escola Maria Rivier. Hoje é o dia da nossa festa, os nossos corações vibram de alegria e em nossos lábios surgem canções de harmonia.

Nós as crianças, queremos celebrar este dia não só com os meninos da nossa escola, mas também queremos nos lembrar de todas as crianças espalhadas pelo mundo inteiro. Os meninos de rua, crianças nas camas dos hospitais, crianças sem direito a esta data, crianças órfãs, crianças rurais e crianças assustadas com o barulho das armas.

Queremos agradecer aos nossos pais, que com muito amor nos trouxeram ao mundo, e no dia-a-dia cuidam de nós com muito carinho. Reconhecemos todo o esforço que os nossos pais fazem para o nosso crescimento feliz e harmonioso. Queridos pais, vocês são para nós um verdadeiro tesouro que recebemos sem nada merecer, muito obrigado queridos pais.

Queremos também neste dia, agradecer os nossos professores, que com muito empenho lutam para nos ensinar os segredos da natureza e os valores da sociedade. Queridos professores, convosco nós descobrimos a vida, conhecemos as ciências e crescemos para o mundo melhor. Parabéns pelo vosso coração de pai e de mãe.

Para terminar queremos saudar todas as crianças que neste dia celebram o seu dia com alegria, queremos nos lembrar daquelas que não tem esta oportunidade por causa da sua condição social, cultura, religião ou raça. Queremos fazer memória das crianças que morreram por inocência, para elas pedimos um minuto de silêncio. Obrigado!

Queremos em alta voz gritar: viva o dia 1 de Junho, viva o dia da criança. Criança, tu serás sempre o futuro da humanidade.

Bem-haja, Nampula, 1 de Junho de 2016.

 Jogral: texto declamado por Várias crianaças, em forma de poesia

Queridas crianças, embora pequenos, não podemos deixar passar este dia, sem manifestar o nosso protesto contra a guerra. O barulho das armas silencia a voz de muitas crianças, e muitas delas ficam órfãs de pais. Somos solidários com todas as crianças do mundo inteiro:

O nosso gesto de solidariedade dirige-se para as crianças da África que sofrem as consequências da guerra, da fome, as injustiças e violação dos seus direitos. Lembramo-nos também de todas as crianças que são vítimas de abuso e do trabalho infantil.

As crianças da Ásia atingidas pelas calamidades naturais tais como: as cheias, os terramotos e as doenças endémicas, aquelas que por causa da maldade dos adultos, foram transformadas em instrumentos de guerra, referimo-nos às crianças envolvidas nos movimentos terroristas e que muito cedo, aprenderam a derramar sangue.

As crianças da América que de diferentes modos lutam pela sua sobrevivência, lembramos sobre tudo das crianças da América latina que enfrentam situações de pobreza extrema.

 As crianças da Europa que apesar de estarmos na era do amor, são afectadas pelo egoísmo e individualismo ocasionado pelos poderosos. Lembremo-nos daquelas crianças que por causa das políticas e, leis que põe em risco a vida humana, não chegam a ver o mundo! Crianças que foram privadas de viver sem culpa nenhuma.

Saudamos as crianças da Oceânia, que apesar de terem a beleza dos mares, sofrem os males da humanidade e a ganância do poder.

Queridos pais, nós as crianças embora pequenos, temos consciência dos problemas do mundo, reconhecemos o vosso esforço de cada dia. Nos dias em que não tendes tempo para nos perguntar como foi o dia, por causa do cansaço e do trabalho árduo.

Nos dias em que a dispensa está vazia e vos falta a coragem dos deixar com fome, e fazeis tudo para garantir a nossa alimentação.

Queridos amigos apesar da nossa pouca idade, é nosso dever respeitar e reconhecer o esforço e o carinho dos nossos pais, que nunca deixaram de nos proteger e fazer de nós, suas verdadeiras pérolas. Obrigado pela vida, pelo amor e pela vossa dedicação; graças a vós temos um crescimento alegre e saudável.

Para todos, fica na memória estes lindos dizeres:

Com a paz e a estabilidade social protegemos os direitos da criança”!